sábado, 15 de outubro de 2011

Escrever sobre a escrita

Impressionante como os seres humanos conseguiram construir toda uma civilização complexada a partir da estrutural linguagem para facilitar a comunicação, e agora estão desvalorizando-a. Eles estão subestimando o poder das coisas simples, o poder de vinte seis letras; no caso dos brasileiros.

Não há nada errado ao preferir outros meios de lazer, mas a leitura é essencial. O apreço pelos livros, artigos, reportagens etc. é fundamental para uma boa qualidade de vida, para um bom diálogo e boas amizades. Tomar conhecimento de coisas novas e ter mais assuntos além dos rotineiros e comuns torna as pessoas cada vez maiores, mais sábias; e as aproxima da compreensão de Sócrates, “só sei que nada sei”.

O universo cresce a cada dia, assim como a escrita. Diariamente novas frases são formuladas e não será possível lembrar-se de todas, pois as frases são tão maiores do que o número de estrelas; ou de gotículas de água. A desvalorização dessa riqueza, tão fundamental e essencial para o entendimento de toda a sociedade humana, é triste.

O ser humano está acostumado a copiar, mas inovar/criar do zero já está se tornando algo complicado. A imaginação e inspiração estão tornando-se difíceis e inacessíveis. O novo já é antigo e o antigo é transformado em novo; mas um novo já utilizado, um novo já amarelado. O que restará quando a sociedade estiver alienada, sem livros, sem conhecimento, se os seres humanos precisassem voltar diariamente ao ponto zero e começar do início? Sem linguagem, sem escrita, sem repasse de informações, sem o que os deixa tão cômodos e confortáveis?

É necessário valorizar e apoiar a criatividade das crianças, tornando-os adultos responsáveis, maduros e escritores! Assim como é preciso repassar a ideia de cidades sustentáveis, preservação ambiental, economia elétrica etc., também é preciso repassar algo que é essencial e está sendo perdido lentamente, algo que já se tornou costume; mas que também pode sumir. A inspiração, o conhecimento, a criatividade, o saber, a opinião... A escrita.

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